terça-feira, 27 de março de 2012

Devaneio


O sentimento corre solto pelas veias,
Nada mais a correr forte bate pé alvorada,
Grito ecoa no vento e voa ao norte,
Sussurros flutuam no ar sem o chão tocar,
Palavras distintas que não consigo distinguir,
Louco, poeta, amante, maluco, palhaço,
O que sustentaram seus significados,
Juntas são apenas frases formadas ao vento,
Dizem ao longe que loucos são os poetas,
Vivem em seus delírios e devaneios agudos,
Mais digo, eu a vos com propriedade,
Louco, sois-vos que grita balburdias aos céus,
Louco, sois pelo simples fato de não sonhar,
E de não saber como acordar sem em nada pensar,
E eu aqui imerso em mim mesmo sei nadar,
E quando quiser a superfície de minha realidade posso voltar,
Mas posso dizer-lhe sem pestanejar,
Que um dia de devaneios necessitará e lá com certeza eles estarão,
Mais não se sabe ao certo se de lá retornaras,
E quando por eles sufocado se ver suba o maximo que puder,
Retorne ao estado normal e sinta-se livre para amar,
Mesmo que não volte como era antes simplesmente volte,
Pois só assim todos poderão ver o quanto vos mergulhou,
E o quanto vos há buscado pela sobrevivência e pela sobriedade,
E mesmo não sóbrio saiba que ainda tenho lembranças,
E que elas podem ser validas para mim mesmo e para ti,
Saibas que poetas são loucos e mais ainda poucos somos nós,
Aqueles que sempre estão nas sombras a olhar-te e observar-te,
E que quando menos perceber um singelo olhar captará sua mente,
Fazendo-lha viajar em seus próprios sonhos e pensamentos,
Mergulhando em um eterno devaneio.

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